Imagine de repente ter a vossa vida virada do avesso por uma notícia nos media sociais sobre a sua vida pessoal. Imagine agora que essa notícia viaja à velocidade da luz e atravessa todos os caminhos da Internet por esse mundo fora. E agora imagine que a sua vida é uma folha de papel alvo como a neve que de repente é enxovalhada e o branco torna-se um breu sujo; a folha em segundos perde a sua identidade. E em poucos segundos, esta folha de papel torna-se a chacota de milhões e milhões de habitantes deste nosso lindo planeta.
Prepare-se para começar a receber mensagens injuriosas nas redes sociais, e a ver uma chuva de cliques nas publicações sobre si próprio/a. Pessoalmente começa a sentir-se como a personagem Cersei da Guerra dos Tronos, uma Rainha que ao ser acusada é obrigada a desfilar por entre um povo que lhe grita “shame, shame!!!” (vergonha, vergonha!!!).
Interroga-se a si próprio/a: e tudo isto por causa de algo estúpido que fiz, algo pessoal que só a mim me diz respeito, o qual confessei à minha melhor amiga.
1988. Ano do despoletar da pandemia Cyber bullying. Palco: Estados Unidos da América. Paciente Zero: Monica Lewinski. Foi a primeira de entre muitas pessoas a sofrer com este “vírus”. Alguns sobrevivem, outros preferem retirar a própria vida. Vitimas de uma cultura de humilhação digital,um ciclo agora familiar de assédio na media, político e pessoal, especialmente online.
Apela-se para uma compaixão dos media social para que fenómenos como este não voltem a acontecer. Falamos de responsabilidade social. Falamos de vidas humanas que valem muito mais do que um clique no Facebook.
É tempo de parar e pensar!
https://iconografiadahistoria.com.br/2020/12/06/o-caso-clinton-e-o-assassinato-de-reputacao-de-monica-lewinski-a-primeira-vitima-de-cyberbullying/
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