Todos somos menos racionais e mais influenciáveis do que admitimos.
O nosso cérebro não capta a realidade de forma acrítica e sem ideias pré-concebidas. A realidade de cada pessoa é moldada perante as suas crenças, as suas experiências, e as suas emoções. Esta perceção é molada por vários fatores. Entre eles:
· Confirmation BIAS – tendência em interpretar e aceitar novos dados que confirmem os dados já adquiridos pelo mesmo;
· Automation tendency – tendência em ler partes da mensagem e preencher automaticamente pedaços dessa mesma mensagem com conteúdos pré-existentes, mesmo que não estejam presentes na mesma;
· Law of closure – apesar de a mensagem poder estar incompleta ou ser constituída por partes, recria-se a mensagem com elementos memorizados, ou experiências anteriores ou convicções pessoais;
· False memory – a criação de memórias falsas é potenciada pela sugestão. Perguntas direcionadas ou opiniões contraditórias de outras pessoas, podem criar uma memória falsa tendo-se a perceção que a mesma é real;
· Satisficing information – quando a mensagem transmitida vai ao encontro das experiências, das emoções ou de crenças, não se procura saber se a mesma é real, já que esta nos satisfaz e torna-se suficiente;
Todos estes fatores permitem criar tendências, espalhar notícias falsas, e influenciar indivíduos desde que devidamente exploradas e corretamente aplicadas na criação de qualquer elemento de média.
Para evitar todos estes desvios na perceção da realidade, cada mensagem deve ser analisada sobre vários pontos de vista antes de ser assumida como verdadeira. Assim, devemos questionar-nos quem criou a mensagem, qual o motivo que levou a esta criação, quem pagou ou está a pagar para ser distribuída, de que forma a mensagem utiliza a nossa atenção, e quem está representado nessa mensagem. As respostas a estas questões conduzem a uma avaliação da própria mensagem e de como a mesma nos pode influenciar e alterar a nossa perceção da realidade, tornando-nos mais imunes a manipulações da realidade.
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